Claude

Claude Steele

Por: Mayara Matos

Dados biográficos

Claude Mason Steele nasceu em 01 de janeiro de 1946 na cidade de Phoenix, Illinois, nos EUA. Filho de Ruth (uma assistente social branca) e Shelby (um motorista de caminhão afro-americano) que se conheceram durante o movimento pelos direitos civis, Steele teve mais três irmãos, incluindo um gêmeo, Shelby Steele. Ele cresceu em uma família afro-americana durante um período marcado por tensões raciais em seu país, o que permeou seus interesses acadêmicos, particularmente suas pesquisas, sobre ameaças dos estereótipos.

Steele é casado com Dorothy Steele, psicóloga educacional especializada em equidade racial em escolas, com quem tem dois filhos e compartilha não apenas a vida pessoal, mas também colaborações profissionais.

Formação educacional

Steele cursou Psicologia na Hiram College, finalizando seu curso em 1967. Seus mestrado (1969) e doutorado (1971) em Psicologia Social, foram cursados na Ohio State University sob orientação de Tom Ostrom, um dos pesquisadores pioneiros em cognição social. Além disso, é detentor de doutorados honorários das seguintes universidades: Yale University, Northwestern University, University of Chicago, University of Michigan, DePaul University e Claremont Graduate University.

Trajetória profissional

Durante os anos iniciais de sua trajetória, Steele atuou como professor de Psicologia nas seguintes instituições: University of Utah, University of Washington e University of Michigan. Em 1991, transferiu-se para a Stanford University, onde, em 1997, recebeu o título Lucie Stern Professor in the Social Sciences. Em Stanford, Steele foi ainda presidente do Departamento de Psicologia (1997-2000) e da Society for Personality and Social Psychology (1996-1997), diretor do Center for Comparative Studies in Race and Ethnicity (2002-2005) e diretor do Center for Advanced Study in the Behavioral Sciences (2005-2009). Suas contribuições lhe renderam prêmios como o Distinguished Scientific Contribution Award, da American Psychological Association (APA).

Em 2009, ele se tornou diretor acadêmico na Columbia University, retornando a Stanford em 2011, onde atuou como diretor da Stanford University Graduate School of Education. Em março de 2014, tornou-se vice-chanceler executivo e reitor da University of Califórnia, em Berkeley, renunciando ao cargo em 2016.

Atualmente, de acordo com o site da Stanford University, ele atua como curador da Russell Sage Foundation e da MacArthur Foundation, além de ser membro do American Institutes for Research e da American Academy of Political and Social Science.

Considerações sobre um ou mais aspectos da trajetória

Claude Steele é amplamente reconhecido por sua teoria da “ameaça do estereótipo”, que explica como preocupações sobre confirmar estereótipos negativos podem prejudicar o desempenho de indivíduos em contextos acadêmicos e profissionais. Seu trabalho teve impacto significativo em políticas educacionais e corporativas voltadas para a diversidade. Ele também realizou pesquisas sobre o self, pesquisando constructos como autoimagem e autoafirmação, bem como sobre o papel da autorregulação em comportamentos viciantes

Seu livro Whistling Vivaldi and other clues to how stereotypes affect us (2010) tornou-se uma referência e foi traduzido para vários idiomas. Nele, Steele combina pesquisa rigorosa com narrativas acessíveis, mostrando como pequenas mudanças no ambiente são capazes de reduzir a ameaça do estereótipo.

Entre sua obra, destacamos alguns de seus artigos publicados:

Steele, C. M. (1988). The Psychology of Self-Affirmation: Sustaining the Integrity of the Self. Advances in Experimental Social Psychology, 21, 261-302.   Artigo em que argumenta que o self (autoconceito) é motivado a manter uma percepção de integridade moral e competência e que a autoafirmação (reafirmar valores pessoais) reduz a defensividade psicológica

Steele, C. M., & Aronson, J. (1995). Stereotype threat and the intellectual test performance of African Americans. Journal of Personality and Social Psychology, 69(5), 797-811. – Artigo seminal que introduziu o conceito de ameaça de estereótipo e no qual apresentou como estereótipos raciais afetam o desempenho acadêmico de afro-americanos.

Steele, C. M. (1997). A threat in the air: How stereotypes shape intellectual identity and performance. American Psychologist, 52(6), 613-629. – Artigo que expande sua teoria sobre ameaça de estereótipo e discute suas implicações educacionais.

Steele, C. M., Spencer, S. J., & Aronson, J. (2002). Contending with group image: The psychology of stereotype and social identity threat. Advances in Experimental Social Psychology, 34, 379-440.

Para conhecer mais

Links:

Breaking free of stereotype threat with Claude Steele: https://www.youtube.com/watch?v=W5bm7nsAf4c

Palestra TEDx: “How Stereotypes Affect Us and What We Can Do”https://www.youtube.com/watch?v=failylROnrY

Stereotype Threat and Identity Threat: The Science of a Diverse Communityhttps://www.youtube.com/watch?v=HKxkI2WVEWQ